HISTÓRIA DUMA REVOLUÇÃO…E A SUA EVOLUÇÃO
Era uma vez uma Revolução que acordara numa manhã de um dia 25 de Abril no ano de 1974. Acordara cheia de ânsias por uma liberdade e mudança do regime de opressão em que se encontrava, por um outro “dito” Democrático, aquele em que o povo é quem manda.
E essa Revolução, avançou ruas fora, espalhando entusiasmada um bravo cheiro a cravos rubros e ecoando alegremente o seu grito “desabafado” de Liberdade para o Povo deste País que se chama PORTUGAL.
Acompanhando esta Revolução, este Portugal, começou o seu despertar para as mudanças desejadas.
Prenderam ou exportaram os culpados dos actos maldosos cometidos por esse regime chamado de "fascista", dando ao mesmo tempo a liberdade e fazendo regressar ao nosso País, todos aqueles que de um modo ou de outro, os tinham ousado enfrentar com o seu “Querer de Liberdade”.
E durante umas semanas, uns meses, alguns poucos anos, o Povo comentava, falava, escrevia ou gritava, viva a Revolução!, vivam a vida e a alegria resgatadas para o Povo!, vivam Portugal e os “sonhos”, que se esperam, estejam para vir!?.
E lá começa a construção para a Democracia. Formam-se partidos políticos, alas e ou coligações, e todos, mesmo não igualando nas atitudes e ideologias, dizem ter, fazer ou querer o mesmo destino de Igualdade e de Liberdade, para o País e para o Povo.
Cria-se a Constituição Nacional, pela qual o País e os Cidadãos se vão reger futuramente nos seus Direitos e Deveres.
O povo passa a exercer o seu direito de votar, ou seja de escolher quem quer que dirija os seus destinos e os destinos do País.
Entretanto, com a passagem do tempo, a Revolução e o Povo, foram-se acostumando com a vivência democrática, foram deixando os destinos da Nação, nos “representantes”, que em vez de se unirem para a melhoria exigida para o País, “clubisticamente” se antagonizavam e “emburravam”, não partilhando o aproveitamento das suas “plurideias”, chegando mesmo uns a considerar a opinião dos outros como uma intromissão (e ainda continuam nos dias de hoje atropelando a Filosofia para encontrarem pontos de discórdia e assim puderem justificar o dinheiro que “ganham”)…enfim inúteis e inutilidades.
Continuando, eis que alguns países “muito amigos”, resolvem criar “generosidade” para com a jovem democracia, ávida de tudo o que possa ser de boa relação e que dê externamente nas vistas, embora talvez, e também só talvez, um pouco desatenta com as necessidades nacionais; mas, continuando, alguns países criaram uns fundos aos quais os Portugueses poderiam e puderam concorrer, uns “trambicados” apoios e benefícios financeiros, como que intencionalmente para se renovar (reduzir) a frota pesqueira, para se criar uma agricultura mais necessária (para eles) e racional e um melhor desenvolvimento (controle) nas exportações das nossas indústrias. Claro que com estas “ajudas”, alguns empresários e amigos dos políticos, não com o sentido de oportunidade de desenvolvimento, mas por puro e ávido oportunismo de riqueza súbita, ajudaram a que Portugal (sem fiscalização ou de fiscalização deficiente e subornável), nas suas áreas mais importantes fosse criando um fosso, como o abandono das terras agrícolas, a miserável condição das nossas indústrias, a redução das pescas e frota pesqueira, e claro com tudo isto o gravíssimo e consequente desemprego, a diminuição das exportações em benefício de mais importações, o aumento da dívida nacional, tudo de um enorme prejuízo para o Pais (...me parece ser este prejuízo só para os de menos ou nenhuns rendimentos).
E nesta Revolução envelhecida pela maldade no tempo dos políticos e ou poderosos (banca e endinheirados), que numa doente mentalidade economicista (só lucro fácil e a breve tempo seja de que maneira for), não “engoliram o sapo” da igualdade,e também, não querem permitir “senhorialmente”, o fim da escravidão, da prepotência e do autoritarismo sobre quem de facto trabalha para o País, permitindo-se para “sua bondade”, fazer de vez em quando a prática (exercício de característica própria) da “caridade”.
E assim, muitas das conquistas honestas e justas feitas na juventude desta Revolução (agora muito doente e esquecida, como está a ser normal fazer-se aos velhos), estão a ser agora, injustamente e desnecessariamente “legalmente” aniquiladas.
E como se não bastasse, estão a “trogloditar” os acessos e as idades para a Reforma. Será que quem trabalha não tem direito a uma Reforma condigna ou nem possivelmente a gozá-la enquanto é vivo???.
Será, que a classe política, não necessitaria duma lição, como por exemplo fazer-se uma abstenção geral ao próximo acto eleitoral, tal como disse o Bastonário da Ordem dos Advogados (ele como Bastonário, não devia dar incitações, mas como homem do Povo que é, tem todo o direito em incitar).
Apesar de tudo eu não sou a favor da Abstenção, mas vou pelo voto em branco, ou o duma cruz de alto a baixo no boletim.
José Veiga
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A Abstenção, foi e será, para mim, entendível como o alheamento de tudo quanto nos deve preocupar. É a existência de um vazio intelectual e físico às respostas e às actuações, pondo em causa os interesses de tudo o que nos afecta. Resumindo e concluindo, ao abster-mo-nos, estamos a deixar com os outros e para os outros os desígnios dos quais e para os quais nós somos e vamos ser responsáveis. Porque quaisquer que sejam as respostas ou decisões que venham a ser tomadas vamos ter de as aceitar e participar, mesmo que contrariados. Isto, porque não fomos, não quisemos ou porque não estávamos interessados.
Pois é, meus amigos e amigas, se não nos preocuparmos com o que se passa à nossa volta, tomando parte activa nas resoluções para as nossas vidas, estamos mal. Vamos ficando egoístas e “calaceiros”, e, os outros, aqueles que se estão “marimbando” para nós, vão gostando (embora o digam que não, e, que até ficam preocupados com a abstenção, blá!, blá!, blá!), porque quanto mais nós formos desinteressados, mais eles se sentem “glorificados”, como que ainda nos fazendo um grande “favor”. Daí, que até um dia destes, eles, mudam esta “ténue” democracia de patas ao ar e nos dizem: - “Não se incomodem, não se cansem nem tenham o trabalho de votar, pois nós, como sempre, fomos e estamos “a bem da Nação”, decidimos vos poupar desse vosso direito ao voto”.
E então, depois é que é.
Não se riam de mim ou desta minha crítica, eu até sou muito positivo, agora o que eu não sou é “frouxo” e não deixo que qualquer outro indivíduo tome decisões por mim (desde que eu tenha de participar), ou sequer me influencie. Nem vou permitir, que, lá porque na condução e desígnios do meu País, esteja gente medíocre, mesquinha, incapaz e interesseira (que se servem em vez de servirem, que roubam, que mentem), que só protegem os ricos e os poderosos, (tal com no passado), nem vou permitir, dizia eu, o regresso ao mau e às maldades das más políticas sociais fascistas, vou é servir-me de mim (como! Logo se verá!), para me pôr ao serviço da dignidade do povo do meu País, da honra da minha Nação.
Eu, até sugiro, para acabar com o abstencionismo, não só como forma de responsabilizar os que se abstêm, mas também, para contrariar aqueles que parvamente dizem, que o voto deveria ser obrigatório. Digo eu, que as abstenções em vez duma dita causa, fossem de um real efeito, passando a serem contabilizadas e consideradas de úteis nas votações, isto é, depois de achadas as percentagens dos votos úteis, nas mesmas proporções de percentagens, elas seriam distribuídas por todos os candidatos.
Assim, os abstencionistas, em vez de uma luta de interrogativas, iriam votar numa qualquer luta mais representativa do seu ideal.
Por uma Liberdade inteligente, pacífica, educada e solidária
Pelo direito gratuito à obrigatoriedade razoável do ensino (9º ano)
Por um ensino decente e honroso (acabar com qualquer tipo de
malandragem)
Por uma verdade justa, por uma justiça de verdade (sem tecnicismos
habilidosos, mas sim com um ajuizado e bom senso legal).
José Veiga
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